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No dia 11 de abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou regulamentação na qual proíbe a prescrição médica de anabolizantes para fins estéticos, desempenho esportivo e ganho de massa muscular.
Essa resolução foi publicada pós iniciativa de sociedades médicas preocupadas com o aumento de complicações devido o uso indiscriminado de hormônios. A medida esclarece melhor quais situações são consideradas como abuso ou mal uso de hormônios, bem como proíbe a participação de médicos em cursos e campanhas de marketing voltados para uso de hormônios e anabolizantes nestas situações.
Seja para fins estéticos ou melhorar a performance esportiva, usar testosterona sem a correta indicação pode causar vários danos à saúde, como aumento do risco cardiovascular e infertilidade, por exemplo.
Ressalto que as terapias de reposição hormonal são extremamente benéficas aos pacientes quando bem indicadas, melhorando os sintomas e a  qualidade de vida, e inclusive reduzindo a mortalidade. Caso você tenha dúvidas se precisa ou não de reposição de testosterona procure um profissional especializado e ético!

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Passou o tempo em que acreditava-se que o coronavírus prejudicaria apenas as vias respiratórias. Com o desenvolver da doença e, consequentemente, dos estudos que analisam as suas consequências, ficou claro os impactos que o vírus provoca em praticamente todo o organismo: cérebro, pulmão, coração e rins são apenas alguns dos atingidos. Nem os espermatozoides escaparam da covid-19, artigos comprovam que o patógeno afeta a espermatogênese — processo no qual eles são produzidos.

Um artigo publicado pela revista The Lancet, elaborada por pesquisadores chineses, chamou a atenção para esse cuidado extra que deve ser tomado com a saúde masculina após contrair o vírus. “Através desses e outros estudos a gente emite um alerta para as consequências diretas sobre a fertilidade, não só de homens, como de mulheres. Se faz ainda mais necessário um acompanhamento médico, não só durante mas no pós-doença”, explica o médico Filipe Tenório.

O estudo citado, que foi financiado pelo governo chinês, baseia-se no resultado de duas pesquisas realizadas na Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong. A primeira examinou amostras do tecido dos testículos e do epidídimo (ducto que armazena os espermatozoides produzidos nos testículos) de seis pacientes que morreram de covid-19 e de amostras do grupo de controle — um número igual de homens diagnosticados com câncer de próstata e que passaram por cirurgia. Na segunda parte, os cientistas compararam o sêmen de 23 internos do hospital, que tinham covid-19 leve a moderada, ao de 23 pessoas saudáveis.

A autópsia revelou o afinamento das camadas celulares que recobrem testículos e epidímios, além de edemas e exsudação de hemácias — um sinal de que o organismo estava lutando contra um processo infeccioso local. Além disso, os cientistas detectaram um aumento da concentração de células do sistema imunológico e a presença de igG nos túbulos seminíferos, o local onde os espermatozoides são produzidos. O igG é um anticorpo fabricado em resposta à presença do Sars-CoV-2. Por último, nas amostras dos pacientes que morreram da covid-19, havia um alto índice de células germinativas destruídas, indicando que a espermatogênese sofreu danos.

Ao comparar o sêmen de pacientes com covid-19 e de homens sem a doença, os pesquisadores também detectaram diferenças. Em 39,1% das amostras do primeiro grupo, o número de espermatozoides era menor do que o normal e, em 60,9%, havia um aumento significativo de leucócitos, mais um indicativo de processo infeccioso local. “Leucócitos e citocinas (substâncias inflamatórias produzidas pelo corpo) podem afetar a espermatogênese e interferir na fertilidade. Um aumento na concentração de leucócitos seminais pode causar anomalias no esperma. E foi observado que as citocinas podem afetar as funções das células de Sertoli (células somáticas contidas nos testículos), e seu nível alterado pode prejudicar a espermatogênese”, explicaram os autores do artigo.

Os diversos estudos e análises em curso se fazem extremamente necessários e relevantes, dentro do cenário atual que vivemos. “A pandemia não acabou. As vacinas ajudam a controlar a propagação e as consequências da doença, mas ainda serão necessárias muitas análises para conseguirmos ver com clareza tudo o que o coronavírus é capaz de causar ao ser humano”, completa Dr. Filipe.