Vasectomia, ou cirurgia esterilizadora masculina, é um método contraceptivo permanente, no qual os ductos deferentes, responsáveis por conduzirem os espermatozoides dos epidídimos até a uretra, são ligados. O procedimento se tornou opção de cerca de 10% dos casais que desejam não ter mais filhos. Embora seja simples, no Brasil, a maioria dos casais que desejam um método contraceptivo permanente ainda opta pela laqueadura tubária (ligação das trompas), mesmo esta sendo uma cirurgia mais complicada e com maiores riscos do que a vasectomia. Isto ocorre devido ao medo que os homens têm de serem submetidos a procedimentos invasivos.

No Brasil, qualquer homem com idade superior a 25 anos ou com 02 ou mais filhos pode submeter-se a vasectomia. Para decidir se está convicto da decisão, o Ministério da Saúde recomenda que o homem aguarde 2 meses da primeira consulta até o dia do procedimento. Também é recomendado ao homem que passe por avaliação com um psicólogo ou assistente social para evitar um possível arrependimento, podendo a parceira também participar da decisão.

Após preencher os requisitos, chega a hora de o paciente passar pelo procedimento. A cirurgia dura em média 20 minutos, feita com uma anestesia local. No caso de pacientes ansiosos ou com bolsa escrotal retraída um calmante oral ou sedação também podem ser de grande ajuda.

A técnica minimamente invasiva chamada de vasectomia sem bisturi (No-Scalpel Vasectomy) é indicada atualmente pela Associação Americana de Urologia. Basicamente o procedimento se caracteriza que após a anestesia local, um pequeno orifício é aberto na pele, no meio da bolsa escrotal, com a ajuda de uma pinça especial.

Através deste orifício os ductos deferentes são isolados, um de cada vez e as camadas de tecido que os cobrem são removidas, bem como os nervos e vasos são afastados. Com essas manobras o risco de dor e hematoma são reduzidos no pós-operatório. Quando o ducto deferente está sem essas camadas, ele é cortado e um pedaço de aproximadamente 1 cm é retirado. As extremidades são fechadas com pontos ou clipes, e os tecidos expostos são suturados entre as extremidades, diminuindo a chance de haver falha no procedimento.

Após ser realizado o procedimento nos dois ductos deferentes no mesmo orifício, o cirurgião examina se há sangramento ou não, e o pequeno orifício é fechado, dependendo do seu tamanho. O paciente tem alta logo após a realização da micro cirurgia, com as recomendações de tomar medicações para dor, usar suspensório escrotal ou cueca apertada, e colocar bolsa de gelo no local durante as primeiras 48 horas. Após 3 a 4 dias as atividades leves e trabalho sentado podem ser reiniciados, enquanto atividades mais pesadas e relações sexuais só após 7 dias.

E o mais importante! O casal deve usar algum método contraceptivo ao reiniciar as relações. Feito 15 a 30 relações ou 2 a 3 meses o homem fará um exame de espermograma para checar o sucesso da cirurgia. Somente após esse exame e com a liberação do médico é que o casal pode ter relações sem proteção.

Existem casos, que mesmo após o procedimento, ainda são encontrados a presença de espermatozoides móveis no espermograma. Por isso, a recomendação de aguardar o exame final deve ser levada à risca. Mesmo o espermograma mostrando ausência de espermatozoides, ainda há uma chance de 1 para 2000 procedimentos de haver recanalização espontânea dos ductos, que é um evento raro e foge do controle médico. Não existe método contraceptivo 100% eficaz, e a vasectomia é um dos mais eficazes dispostos atualmente.

O procedimento não interfere no volume do sêmen (esperma), já que apenas 5% dele produzido pelo testículo. Também não interfere na libido e na função erétil, já que os nervos e vasos que vão para o pênis passam bem longe da bolsa escrotal. Também não aumenta o risco de câncer de próstata ou qualquer outro câncer.

Vale lembrar que a vasectomia não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, para isso o uso do preservativo masculino ou feminino é fundamental.

Dr Filipe Tenório possui experiência em vasectomia, e utiliza técnicas minimamente invasivas e devidamente sugeridas pela Associação americana de Urologia. Se você deseja fazer a vasectomia ou falar sobre o assunto, marque uma consulta.